A Dominância do Bitcoin representa a liderança do Bitcoin no universo das criptomoedas, expressa em percentagem da sua capitalização de mercado face ao valor global de capitalização de todas as criptomoedas. Como referência incontornável na indústria dos criptoativos, constitui não só um parâmetro fundamental para aferir a influência de mercado do Bitcoin, como também um indicador-chave para investidores avaliarem ciclos de mercado e o perfil de risco predominante. As variações na Dominância do Bitcoin têm impacto direto nos fluxos de capital e no sentimento de investimento em todo o mercado de criptomoedas.
Este indicador apresenta características marcantes. Em primeiro lugar, apresenta forte correlação com os ciclos de mercado, registando aumentos em períodos de mercado descendente, quando investidores procuram ativos mais seguros, e quedas em fases de mercado ascendente, altura em que o capital se orienta para altcoins de maior risco. Em segundo lugar, a Dominância do Bitcoin é amplamente utilizada como indicador técnico, com traders e analistas atentos aos níveis de suporte e resistência como termómetro do sentimento do mercado. A análise histórica revela uma tendência decrescente da Dominância do Bitcoin, passando de cerca de 85% no início de 2017 e registando mínimos em 2018 e 2022, o que espelha o movimento de diversificação do mercado. Importa referir, ainda, que os métodos de cálculo permanecem controversos, dado que diferentes plataformas podem adotar critérios variáveis para a inclusão de criptomoedas, originando disparidades nos dados apresentados.
A Dominância do Bitcoin reveste-se de grande relevância para o mercado. Serve como barómetro da rotação de ativos no universo cripto; tipicamente, uma descida deste indicador sinaliza transferência de capital do Bitcoin para altcoins — fenómeno conhecido como “altcoin season”; pelo contrário, um aumento reflete regresso de capital ao Bitcoin e menor predisposição para riscos. Investidores e profissionais utilizam frequentemente este parâmetro para ajustar a composição das carteiras e otimizar o equilíbrio entre risco e retorno em diferentes etapas do mercado. Paralelamente, constitui um critério de avaliação do grau de diversificação do setor das criptomoedas, sendo que a contínua retração da Dominância do Bitcoin evidencia a maturação do ecossistema e o desenvolvimento do mercado de altcoins.
No entanto, a Dominância do Bitcoin, enquanto métrica, enfrenta desafios consideráveis. Desde logo, verifica-se falta de uniformidade nos critérios de cálculo, com diferentes fontes de dados a considerar gamas distintas de ativos para o denominador, o que pode enviesar os resultados. Acresce que a liquidez do mercado se distribui de modo desigual; diversos tokens de baixa capitalização apresentam volumes de negociação residuais, distorcendo o indicador quando são incluídos na capitalização total. A influência das stablecoins é igualmente relevante; o seu peso significativo pode reduzir a Dominância do Bitcoin sem traduzir, necessariamente, menor confiança dos investidores. Por fim, trata-se de uma métrica suscetível a manipulação, especialmente em contextos de emissão frequente de novos tokens ou de valorização artificial de preços.
Assim, a Dominância do Bitcoin assume o papel de indicador central no setor das criptomoedas, refletindo as variações na preponderância do Bitcoin e a evolução das preferências de risco dos agentes de mercado. Para os investidores, monitorizar este indicador permite antecipar mudanças nos ciclos do mercado e nos fluxos de capital, facilitando o delineamento de estratégias de investimento mais robustas. Com o amadurecimento do mercado cripto, a Dominância do Bitcoin continuará a ser uma referência para acompanhar a evolução estrutural do setor e os padrões de comportamento dos investidores.
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